Poesia

Eras   Eras o sol que me aquecia, nos dias frios de inverno, fazendo-me esquecer a solidão, que habitava no meu coração.   Eras a lua que me iluminava, nas noites de breu, que me permitia caminhar, quando tudo parecia desmoronar.   Eras a água que me mantinha, nos trilhos longos do deserto, dando-me a vida esquecida, no meio de uma multidão perdida.   Eras o ar que me levitava, e que me deixava sonhar, tornando-me numa flor que crescia, na beira da tua sombra protegida. 

Mulher   A flor que representam é simples e bela, e reforça o jardim em que habitamos, dando uma vida especial e diferente.   A maternidade faz delas únicas, no processo de criação de um ser, comparado ao da terra na vida.   O ser frágil nasceu de um mito, que apenas iludiu o homem, dado que na verdade são uma dádiva.   São uma força da natureza sem igual, e representam o amparo e segurança, de um mundo em constante mudança.   Representam o incrível e invencível, de todos os heróis e deuses que existem, mesmo quando ninguém o reconhece.

Estar juntos   Olho para os teus olhos azuis, e vejo o reflexo do céu, onde o brilho é contagiante, e onde o mundo é empolgante.   Recebo os teus abraços, e sinto a calma e serenidade, dos nossos momentos à lareira, onde o mundo parava para nós.   Relembro as nossas conversas e discussões, e vejo como crescemos e mudámos,  mesmo quando nada parecia.  Memorizo os teus beijos, e voo com eles até ao infinito, porque tu e eu fomos feitos para estar juntos.

Palavra Grito por entre montes e vales, mas tu não me ouves e prossegues, e procuro a resposta perdida, entre as pedras do caminho. Peço apenas uma razão, para que fique e escale a montanha, na busca de sonho esquecido, que me leve ao infinito. Apontas milhares e milhões, mas nenhuma é sincera e real, apenas palavras sem sentido. Não queres escrever nas estrelas, o que não és capaz de dizer, mas que sentes e escondes. Rezo para que te lembres, do teu coração a levitar e voar, que dizes que me amas.

Espaço Vejo-te ao longe quase no infinito, mas o meu coração corre sem parar, mesmo que eu não consiga andar, ao lado de um mundo a girar. Afastaste-te e não sei viver sem ti, e procuro nas estrelas a resposta, que o horizonte levou consigo, e que me deixou em tormento. A lua emerge escondida, por entre as nuvens que passeiam, e que reforçam a sensação de desaparecido.   O oceano apartou-te dos meus braços, e não consigo descobrir o ar, que me devolva ao espaço.   

 Adoro  Adoro quando me acaricias suavemente, tal como as ondas aconchegam a areia, e o sol se põe no horizonte, em busca de um novo renascer. Adoro quando os teus lábios se juntam aos meus, tal como as nuvens que chocam, e produzem a carga elétrica, que alimenta o meu corpo.  Adoro quando me abraças fortemente, tal como as estrelas brilham, transmitindo-me a tua segurança, que andava ao sabor do vento. Adoro quando as nossas mãos se entrelaçam, tal como um rio procura o seu caminho, mesmo por entre os percursos sinuosos, com passos calmos e seguros. Adoro com gravaste o teu nome no meu coração, tal como o arco-íris que aparece e brilha, e que o libertou das amarras, dando-lhe o amor que prometias.

Lado   Passaste ao meu lado, e o meu coração disparou, e os meus olhos lacrimejaram, da saudade que sentiam. Não consegui levantar a cara, e mostrar o meu sorriso, que apenas a minha almofada conhece. Suspirava pelo teu abraço, mas nunca me ligaste, e continuaste o teu caminho. O vento soprava e voava, deixando apenas a tua ausência, que nem as nuvens escondiam. Queria falar e não conseguia, dado que as amarras, nunca me permitiram libertar.

Eterno   Foste embora e deixaste-me vazio, entregaste-te a outros braços, e esqueceste o nosso amor, com os meus olhos transformados em rio.   Ficou a saudade dos teus beijos, e as recordações que escrevemos nas estrelas, deixando o meu coração abandonado, e a suplicar pelo teu regresso.   Encontraste outra vida, e eu fiquei em pedaços, com o silêncio da noite,   A dor que deixaste foi enorme, e não consigo esquecer o nosso amor, que ficou eternizado na minha alma.

 Tu   As tuas carícias na minha nuca, fazem-me voar por entre as estrelas, e lembram-me quando me segredas ao ouvido, deixando-me em arrepios e tremores.   Os teus beijos no meu pescoço, eram momentos de fantasia, que me deixavam em desejos, de apenas adormecer a sonhar.   O nosso entrelaçar de dedos, que me levavam a navegar pelo desconhecido, e sem medo do que estaria escondido.   O teu abraço com um encostar de cabeças, era um porto de abrigo das tempestades, que não mais encontrei nas noites de luar.   O encontrar suave e firme dos nossos lábios, era um flutuar por entre as nuvens, que nunca consegui esquecer.    A marca que deixaste foi profunda, e a saudade é constante e inequívoca, nunca a tendo conseguido apagar.