Poesia

Olho   Olho para cima e vejo-te, és uma estrela que me guia, mesmo sem saber quando o fazes.   Olho para o lado e caminhas comigo, tal como o vento passeia, por entre a brisa das ondas.   Olho para baixo e és o meu amparo, quando o mundo me atira ao chão, e me perco nas pedras que ali estão.   Olho em frente e vejo os teus olhos, seguros e firmes que me fazem sonhar, com um paraíso que não vou encontrar. 

Olvidar   Quero olvidar o teu rosto, mas os teus olhos insistem, em navegar na minha mente. Quero olvidar o teu carinho, mas os teus abraços, continuam a fazer-me levitar. Quero olvidar as tuas carícias, mas as tuas mãos, levam-me ao mundo da fantasia. Quero olvidar os teus beijos, mas os meus lábios, rejeitam todos ao luar. Quero olvidar-te da minha mente, mas nuvens perduram, e não me deixam sonhar. Quero apenas olvidar-te, mas meu coração, teimar em não deixar.  

 Teu que sou eu   Os teus olhos a mirar o horizonte, e a questionar o mundo, sobre o coração que desespera, e não encontra a solução.   Os teus pensamentos voam, e querem descobrir nas nuvens, os sonhos escondidos, que as estrelas guardaram.   Os teus braços navegam, na imensidão do oceano, que descobre cada pedaço do meu corpo.   Os teus lábios festejam, o desejo reprimido do destino, e que eu há muito tinha esquecido. As tuas mãos acariciam, as montanhas e vales das ondas, e limpas as lágrimas que correm. Quero esquecer que a lua existe, e apenas pensar que o brilho do sol, ilumina o caminho que marcaste.

 Falta  Sinto a falta do teu abraço, quando me beijavas. Sinto a falta da tua mão a tremer, quando se juntou à minha pela primeira vez. Sinto a falta da tua voz, Quando chamavas por mim.  Sinto a falta do teu cheiro, Tal como quando passavas ao meu lado. Sinto a falta de ti, e o meu coração não para de sangrar, quando já não te posso tocar.  Quero-te junto a mim, mas as estrelas não deixaram, e levaram-te para bem longe de mim.

 Amizade   Por vezes o mundo conspira, com os diferentes elementos, e o fogo trás uma paixão, que solidifica com o tempo. A rocha que se forma, é de uma solidez e força, que nem a água que passa, a consegue perfurar e destruir.   O vento vem e vai, e arrasta consigo as folhas do tempo, mas não leva a árvore.   As suas raízes são fortes, e penetram fundo na terra, construindo a amizade.

 Sonhos   Os meus sonhos são cascatas, que correm por entre as montanhas, e se perdem nas florestas, escondidas do tempo.   Procuram os caminhos assinalados, que descem os vales sombrios, na ânsia do ombro amigo, que os resgatem e segurem.   O vento corre ao longe, fingindo levar as nuvens, que eu esquecera.   O arco-íris desaparece, escondendo a alegria, que nos meus olhos existia. 

 Quero ser eu Vejo-te a beijá-lo, e imagino que sou eu. Vejo-te a acariciá-lo, e desejo ser eu. Vejo-te a abraçá-lo, e quero ser eu. Vejo-te a sonhar, e imploro que seja comigo. Vejo-te a olhar para ele, e preciso que seja eu. Vejo-te a falar com ele, e sonho que sou eu. Quero ser eu, mas a indiferença e medo, não permitem que avance, e que o precipício se aproxime.   Luto por entre as estrelas, mas as pedras no caminho, tal como as sombras do destino, conseguem ter raízes profundas.   Mas ao fundo um luz brilha, e alimenta a esperança, de um moribundo perdido, que não sabe caminhar. O desejo é mais forte, mesmo num longo percurso, e não deixa que a barreira perdure, por muito que seja tentador. A força e o sonho são maiores, juntamente com a ilusão, da procura da felicidade, que se encontra no final. Finalmente tenho os teus beijos, e sinto os teus braços nos meus, e flutuo pela tuas carícias, do sonhos que me levas a viver.